TRÓIA, de Wolfgang Petersen

Um único motivo me levou ao filme, seu diretor. Enquanto Spielberg ficou em minha memória por motivos comerciais, Wolfgang ficou pelo seu trabalho em A História Sem Fim, pelos meus sonhos, pela minha infância.

E três situações me emocionaram: o amor entre Heitor e sua esposa, o amor entre Aquiles e Briseida e o amor do Rei de Tróia pelos filhos.

Mas também foi engraçado. Semanas antes assisti ao making of do filme, MTV talvez. Imaginar aquelas centenas de figurantes tendo que retornar aos seus postos todas as vezes que havia um erro na coreografia das lutas, e os próprios atores comentando sobre as pressões, sobre suas próprias e boas intenções de fazer o certo para evitar que todas aquelas pessoas fantasiadas/armadas até às cabeças, debaixo do sol do México, já há tantas horas fazendo a mesma coisa, tivessem que gritar e parar de gritar, ir e voltar, mais um par de vezes.

É também magnífico ver que os cenários saíram de um nada, um vazio, de um punhado de terras até que se transformasse naquele castelo. E ver o diretor fazendo questão de apresentar o castelo para cada ator que chegasse ao set, pura e simplesmente para ver a cara estupefada de cada um com tamanho cenário.

E tem mais uma coisinha sobre o filme, este seria mais um daqueles a que eu assistiria nas minhas sessões da tarde da infância, quando em tempos de chuva, o vento batendo nas cortinas da sala, e os bolinhos de chuva da vó.