A cereja de Audrey

Gosto de cerejas, da sua fruta fresca. Gosto de coloca-la na boca e deixar, sem morder, sentindo aquela pequena tensao do antes de morder a fruta, antes de sair todo aquele doce. E uma fruta deliciosamente doce. Pequena, delicada e vermelha, bem vermelha. A fruta fresca tem caroco e vem com o cabinho, um centimetro e meio, tres. Depois de saborea-la voce pega esse cabinho e o coloca na boca. E facil. Sua lingua vai senti-lo e ajudara a deixa-lo entre seus dentes, mas nao morda forte, pode destrui-lo, nao e para comer. Use os dentes da frente e use tambem a lingua como apoio, ao mesmo tempo. com a ponta da sua lingua, faca girar o cabinho, voce dara um no nele. Ou dois, ou tres se quiser. Para um no mais forte, seus dentes firmes e de novo com a lingua, farao com que o no deslize. Agora voce pode tirar da boca, com a ponta dos dedos, e entao vera o no que voce deu no cabinho da cereja. E interessante, sempre faco isso.

Historias Minimas no HSBC Belas Artes

Antes de falar sobre o filme aconselho: quem por algum motivo, assim como eu, sentiu-se atraido por ele, va, assista que voce vai gostar, e se divertir. Mas quem nunca nem ouviu falar, ou para quem nao tem nenhum interesse a primeira vista, deixa passar que voce nao vai perder nada, nao assista porque talvez seja apenas perda de tempo.

Entao como diz o jornal, sao tres historias diferentes, mas que nem por isso se encontrarao, e no seu desenrolar veremos se concentrar em apenas duas, que bom. Existe esse povoado na Patagonia e ha 300km existe San Julian. Uma mulher, simples e humilde, e sorteada num concurso da TV; um viajante quer surpreender uma mulher pelo aniversario de Rene; e um senhor busca reencontrar seu cachorro (Cara-de-Mal) longe ja ha tres anos.

A atuacao desse senhor esta perfeita.

Vendo o filme, a paisagem, a simplicidade e precariedade de tudo e todos, bem, lembrei-me dos filmes nacionais, dos que sempre mostram coisas feias, sujas e malvadas. Pensava antes: ‘como sera visto no exterior nossos filmes?’, porque aqui ja estou cansada de tantas retratacoes da miseria, bandidagem, sertao e favelas; ‘sera que para eles tambem nao e so mais uma chatice?’. Mas nao, nao e tao dificil de se levar, nao me ative a isso vendo o filme, nao fiquei com aqueles pensamentos de ‘oh, que miseria’, ‘oh que triste’, preocupacoes que sempre me pareceram o que tais filmes nacionais buscam nos enfiar.

Foi naturalmente simples e divertido.

O antigo cine Belas Artes esta bonito. Limpo, clean e causa a impressao de maior espaco. Quem trabalha la, todos uniformizados, atenderam amigavelmente. Ta certo, comecou a funcionar agora. E a sala esta ampla, bonita, moderna, assim como as outras salas que surgiram depois do cinemark.