eu, eu mesma e safiri...meu sonho era ser a Simony, a
Mônica ou o Príncipe Safiri. A Simony porque fazia o programa do Balão Mágico, a Mônica porque era rodeada de meninos e era a mais forte do bairro e Safiri porque era linda, uma princesa, mas ágil como os príncipes e suas espadas. Também quis receber milhares de cartas para ficar sorteando como fazia a Xuxa, já assisti a um show dela; a melhor brincadeira era de
caça ao tesouro que somente meu irmão sabia fazer, meus amigos e eu esperávamos o ano todo para chegar o dia da “caça”; já gostei de pescar; brincar nos brinquedos do parque com meus pais, ir ao circo e comer maçã do amor e pipoca, e
pular amarelinha com minha mãe; andei de charrete e trenzinho; fui
noivinha em festa junina;
subi em pé de manga, mexerica e jaboticaba; já fui campeã na brincadeira de pular elástico, brincava de
escolinha, comidinha (minha avó me ajudava de vez em quando), cabaninhas,
cabra-cega, esconde-esconde e
gato mia; os tempos de
vento e chuva na casa no interior, brincava de chamar chuva também!; chocolate guarda-chuva sem quebrar a pontinha,
anelzinho de doce e
dip´n lick; tive aulas de japonês, adoro aprender outras línguas; sempre adorei ler, e tenho um
pai que me contava historiazinhas antes de dormir, também lembro das viagens que fazíamos juntos, só nós dois, e as diversas
músicas que cantávamos; já fiz tricô e crochê, mamis quem ensinou, e
costurava roupinhas para as bonecas com os retalhos da minha vó; Moranguinho, Bananinha, Uvinha,
boneca Amore e Bebezinho; o
nascimento da minha irmã; fiz trabalho voluntário, fazia diários; tomava
leite de soja no primário e fazíamos bochechos com flúor de tempos em tempos; brinquei com argila diversas vezes; participei de campeonatos de xadrez; Jogos Regionais, Jogos Abertos; já fiz picnic; tive aulas de vôlei;
Sociedade dos Poetas Mortos;
Twin Peaks;
O Diário Secreto de Laura Palmer; montanha russa; os
jantares na casa da Pri; adorava usar sandálias com meias e as pochetes de brinde que vinham nas
melissinhas; jantar todo
domingo na casa da vó, e à noite ir correndo assistir a Os Trapalhões; já quis ser adulta vendo minha mãe se maquiar na frente do espelho, já sou adulta; tomar Nesquik; minha
cicatriz no joelho, quatro pontos;
brincar com meu irmão de rezar missas em cima da cama e
imitar os amigos estranhos do meu pai enquanto eles estavam em casa; inventar danças da Xuxa e do Balão Mágico com a Lelê para depois apresentarmos para nossas mães; participar dos
campeonatos de karaokê de músicas japonesas, a dança japonesa que apresentei num dia dos pais;
brincar em banheiras; ouvir
NKOTB todos os dias depois que voltava das aulas e passar horas conversando sobre eles com minhas amigas; assistir a todos os filmes do
Elvis, o disco duplo dele, minha primeira fita da
Madonna; alugar infinitas vezes
A História Sem Fim; dormir no colégio das ‘irmãs’ com a sala toda; as vezes que
brincava de lojinha na frente da casa da minha amiga “vendendo de verdade!” para todos os passantes; as
visitas do meu tio de São Paulo;
bolachinhas da vó; as
excursões da minha mãe com os alunos para diversos lugares do país;
andar de avião; os dias que passei em
South Caroline quando adolescente; Disney da Flórida,
Disney de Paris; meus
gatinhos de estimação; engessei o pé e usei muletas; tinha pesadelos uma vez por ano, tinha medo antes de dormir toda vez que assistia a filmes de terror à noite; show dos Engenheiros do Havaí aos 13 anos; fui a várias
cartomantes na adolescência com as amigas e já matamos aulas; minha primeira
viagem sozinha quando meu irmão fazia Unicamp e todas as
grandes conversas que sempre tínhamos e voltamos a ter; minhas
paixões desde a primeira série do primeiro grau e
meu primeiro amor anos depois; já fui uma super fã; já joguei moedas para fazer pedido assim como ainda faço pedidos ao entrar pela primeira vez numa igreja, e ainda gosto de conhecer o interior de igrejas, sou
batizada, fiz
comunhão e sou
crismada; já conversei com árvores; tinha uma
Hello Kitty de pelúcia que na verdade era o meu Sansão;
mamadeira e minha inseparável, velha e rasgada
fralda; já andei a cavalo e fui em cachoeiras; pulei de
bungee-jump; queimei a roupa preferida no ferro de passar; já quis
salvar o mundo; gostava de pão francês cheio de leite condensado e maçã “mergulhada” no açúcar; usei aparelho móvel;
Campos do Jordão com a família;
Fernando Pessoa; passei 8 anos sem comer nada que contivesse açúcar refinado (não era doença nem promessa) e passei um ano sem comer pizza; regimes malucos; já
ganhei um carro num concurso;
já me embebedei, já desmaiei e já tomei glicose; já chorei por nada, já chorei por tudo; já pensei em suicídio por mais de uma vez, já tentei cortar os pulsos e sim, me machuquei; tratamentos dos mais diversos, e psicanálise, e psiquiatria; tomei antidepressivos, tomei moderadores como lítio; almoçar todos os dias no
Arthur; meu primeiro cd do
David Bowie; aulas de
patinação artística; minha viagem para a
Europa, Polônia e
Áustria foram incríveis; conheci o
campo de concentração de Auschwitz, já dancei numa boate com meu professor de faculdade; já preparei lingüiças e marshmellow segurando varas sobre a fogueira;
tênis plataforma; já amei, já
me amei e já
me odiei; vi e comi blueberry, café com tortas e café com donuts; já fiz ballet, capoeira e natação; já
escrevi poesias, letras de música e cartas de amor, já quis escrever livros; já fiz piercing; usava os computadores da USP sem estudar lá; já fui caminhar no Ibirapuera; já dancei até o amanhecer; as
conversas em família depois do almoço em casa; já quis ser aeromoça, arqueóloga, executiva,
diplomata e até freira;
ver a emoção da minha irmã quando encontrou pela primeira vez seu ídolo e andar à noite
pelas ruas da Paulista; o nosso
banquinho da PUC; cafés com meus amigos e nossos inesquecíveis Congressos;
Uruguai; Arbys, batatinha smile do KFC e
Au Bon Pan; já tomei
anestesia geral; passar uma noite e um dia na fila para
acompanhar minha irmã no show dos Backstreet Boys, Five, CPM-22 e nas gravações do programa Sandy&Júnior; meu
primeiro emprego,
minha primeira chefe, adoro ela; já gostei de uma música do EMINEM; fiz um blog; fiquei presa no elevador, num banheiro e tiveram que arrebentar a porta;
já sonhei e já se realizou; já tive mais amigos, tive menos amigos, já briguei, já surtei, já sofri e passou, já fui triste, já fui feliz, já sorri e já chorei ao mesmo tempo; já cresci e já quero
casar e ter filhos, descobri a importância da
simplicidade, da
saúde e da
paz, da rotina e da não rotina, de ter objetivos, de criar, de
fazer e acontecer, de
estar com; de
sorrir; de brincar, dançar e cantar; de sonhar; de
ter fé; de
ligar para casa e conversar com a
família, de
ligar para amigos. E do
futuro que agora me toquei que por muito pouco pode nunca acontecer...